A luta das mulheres por direitos, liberdades, respeito e dignidade em todo o mundo é constante, são fortes e incansáveis, mas continuam sendo grande parcela da sociedade que sofre várias formas de violência e discriminação. No Brasil não é diferente, recebem salários inferiores aos dos homens quando desempenham as mesmas funções, têm média de escolaridade superior e ocupam menos cargos de chefia, sofrem com as dificuldades do primeiro emprego e de permanência após uma gravidez. Maioria das mulheres assumem jornada dupla ou tripla de trabalho, considerando trabalharem formal ou informalmente mais de um horário fora e ainda trabalharem em casa realizando tarefas domesticas e no cuidados e educação dos filhos. São muitas as dificuldades impostas às mulheres pela cultura da inferiorização e pela discriminação, gerando grandes desigualdades.
Neste 08 de março os trabalhadores comemorarão o Dia internacional da Mulher no Brasil com luta por igualdade, diretos e dignidade para as mulheres, buscando reafirmar o reconhecimento constitucional da igualdade de direitos com respeito das diferenças, observando a necessidade de um olhar para as condições de ser mulher em um país com dívidas centenárias pelo não reconhecimento real de um tratamento igualitário.
A reforma trabalhista de 2018 retrocedeu em permitir que mulheres grávidas possam desempenhar atividades em locais considerados insalubres e que podem prejudicar as mulheres e seus filhos, direitos que foram assegurados com muitas lutas e que caíram por canetadas políticas em nome do mercado. O ano de 2019 iniciou com o Governo Bolsonaro apresentando uma proposta de Reforma da Previdência ao congresso, onde mais uma vez as mulheres serão extremamente afetadas em direitos estabelecidos, não considerando as condições no mínimo, peculiares de ser mulher em um país como o Brasil.
A proposta de Reforma da Previdência afetará todos os trabalhadores brasileiros, mas principalmente as mulheres, que para se aposentarem com 60% dos seus salários, a proposta prevê idade mínima de 62 anos de idade – hoje essa idade é de 60 anos e determina o tempo mínimo de contribuição de 20 anos – hoje esse tempo é de 15 anos. Para recebam salário integral na aposentadoria, deverão ter idade mínima de 62 ou 65 anos de idade e ter contribuído 40 anos para a previdência.
Neste 8 de março, Dia Internacional da Mulher, a sociedade inicia uma batalha para mudar no Congresso Nacional, dispositivos da PEC da previdência do Governo Bolsonaro que retira direitos conquistados historicamente pela sociedade e que foram reconhecidos através das lutas das mulheres de coragem desse país.
Continuemos as lutas por respeito, dignidade, direito e por uma previdência social justa e para todos.
Valmir Carlos de Araújo Júnior